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O príncipe Miro era um jovem impaciente e herdeiro de um reino generoso e propício. Em certa ocasião, o rei e a rainha partiram em uma viagem, deixando o príncipe no reino, a contragosto. Meses se passaram e seus pais não voltaram. O reino declarou-os como mortos e caiu em triste semblante.
Proclamado rei, o jovem decidiu partir sozinho em uma jornada pelo autoconhecimento, cabendo a Onurb, um competente súdito, a regência do reino em sua ausência.
Passaram-se cerca de trinta anos quando o rei, agora com rugas e cabelos grisalhos, retornou. O reino já o havia considerado morto, e o regente, o novo rei. Alguns cidadãos faleceram durante a ausência de Miro, e muitos nasceram durante ela.
Em respeito ao legítimo rei, Onurb não tardou em oferecer a coroa a Miro, mas este negou-a e pediu que permanecesse com ela.
Questionado onde esteve nesses anos todos, o antigo rei respondeu:
- Estive logo ali, meditando sob as montanhas e contemplando sua eterna inércia.
Mas Onurb não compreendeu a razão de negar ao trono, e Miro esclareceu:
- Meus pais partiram e não retornaram. Eu também parti, mas retornei. Em minha ausência muitos se foram, e não tardará, os reencontraremos um dia. Não há razão de manter-me inerte neste trono, pois logo terei de ir sem volta. Esse é o curso da vida. Apenas as montanhas permanecem imóveis pela eternidade. Eis o porquê de minha admiração por elas.
E tornou a partir, enquanto todo o reino o fitava em olhar sereno.
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Muito bom este conto, nos faz pensar em que fica parado e não tem coragem de mudar sua vida.
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