terça-feira, 4 de outubro de 2011

A Nave Mãe: da abelha ao universo

Texto escrito durante a greve de 1°/2011


Servidores da Universidade de Brasília entraram em greve novamente. Nada mais justo protestarem por aumento de salário, quando seu piso salarial é menor que três salários mínimos. O problema é quando a greve afeta o Restaurante Universitário, e então me compromete. O RU fechado é somente um empecilho quando não se é vegetariano, mas um verdadeiro caos quando se é, já que há poucos estabelecimentos que oferecem, de forma digna, alternativas à carne na região.


Esses dias comi um salgado semicru na UnB e acompanhei alguns amigos ao Elefante Burguer, uma tradicional lanchonete da universidade. Enquanto lanchávamos, eu observava uma abelha que sobrevoava nossa mesa, quando um tapa a abateu. Mataram ela, ou no mínimo a alejaram, sentenciando-a à morte. A razão? O homem e seu complexo de superioridade. Se há poucos séculos imaginávamos que o universo girava em torno da Terra, hoje pensamos que a Terra gira em torno do homem. Mas será que somos tão importantes assim?


UM PASSEIO PELO COSMOS

Naquele mesmo dia segui para a aula de Planejamento Gráfico, ministrada pela professora Célia Matsunaga. Nela descobri, graças ao monitor Ivan Stemler, o simulador de voo do Google Earth. A bordo de um caça F-16, você vai voando e percebe o quanto nosso planeta é imenso, pois parece que a aeronave não sai do lugar. Não à toa, a Terra possui uma circunferência máxima de 40.075 quilômetros e um diâmetro de 12.756 quilômetros.¹ Para se ter uma ideia da dimensão desse planeta, com o caça F-16 em sua velocidade máxima a nível do mar, a 1460 km/h,² eu passaria 1 dia, 3 horas e 27 minutos em frente ao computador para dar uma volta completa ao seu redor.

Mas a Terra é somente um ponto minúsculo num universo sem fim. A estrela que a alimenta, o sol, situa-se a uma distância de cerca de 150 milhões de quilômetros, e a luz que emite, viajando o cosmos a uma velocidade de aproximadamente 300 mil km/s, atinge nosso mundo em oito minutos.³ Sua circunferência equivale a 109 planetas Terra, bem como o seu diâmetro.³ No mesmo caça F-16, em velocidade máxima a nível da superfície e nas condições terrestres, levaria-se 124 dias e 16 horas para realizar uma volta completa em torno do sol.

O sol é o pontinho branco sob VY CM
Mas o sol é também um ponto minúsculo num universo sem fim. Se a Terra fosse uma esfera com um centímetro de diâmetro, o sol seria uma esfera com 109 centímetros de diâmetro e o maior astro conhecido do universo, a estrela VY Canis Majoris, seria uma esfera de 2,3 km de diâmetro. Situada na constelação de Cão Maior, essa estrela possui uma circunferência de 8 bilhões e 800 milhões de quilômetros. Caso o caça F-16 fosse pilotado nas mesmas condições citadas anteriormente, seriam necessários 685 anos para contornar essa gigante.

Mas VY Canis Majoris não passa de um ponto minúsculo num universo sem fim. Nosso sistema solar encontra-se na Via Láctea, uma galáxia espiralada que contém cerca de 200 bilhões de outras estrelas e que possui um diâmetro de aproximadamente 100 mil anos-luz. Isso significa que nosso caça é guerreiro: ele levaria 650 bilhões de anos para percorrê-la de ponta a ponta, nas condições mencionadas.


O CICLO ASTRAL

Terra, a Nave Mãe
Parece impossível o ser humano viajar pelo universo, dadas as suas dimensões astronômicas. Somos, entretanto, viajantes do espaço a bordo da nave Terra. Nossa nave orbita o sol a uma velocidade de 29,8 km/s, completando uma volta em 365,2564 dias, o chamado ano sideral. Já o sol orbita o centro da Via Láctea a uma velocidade de 220 km/s, completando uma volta a cada 225-250 milhões de anos, o chamado ano galáctico.³

Esse ciclo se repete sem descanso, pela eternidade. A vida, aliás, seria um ciclo sem fim, segundo a civilização maia.* Como espíritos oriundos de Hunab-Ku, seu deus único, nos manifestamos materialmente, seja na terra, seja na água. No caminho da evolução espiritual, crescemos conectados ao planeta, fazendo parte dele. Ao longo do tempo conquistamos certa autonomia, podendo nos movimentar livremente. Em seguida, conhecemos a emoção, e nos tornamos mamíferos. Dessa forma, nos relacionamos com outros seres por uma maneira sentimental e caminhamos rumo a um ser inteligente, com noção do consciente e do pensamento: o homem. Devido a essa nova forma de nos relacionarmos, ultrapassamos, então, a consciência individual e alcançamos a consciência coletiva. Unindo-nos mentalmente com o planeta, podemos nos conectar com outras mentes da galáxia, e nosso espírito atinge uma etapa em que se torna um ser de puro estado mental – o sol. Por fim, tornamo-nos uma mente galáctica que pode percorrer todo o ciclo novamente, mas num grau espiritual mais perfeito e próximo de Hunab-Ku.

Por essa ótica, a abelha daquele dia não parece ser tão insignificante, senão uma parte de mim, de você e do planeta. Percorremos uma viagem pelo desconhecido, o qual é atravessado pela Via Láctea, que por sua vez é orbitada pelo sistema solar, cujos planetas orbitam sua estrela e são orbitados por seus satélites. A lógica dessa sequência, ao que me parece, é que orbitemos nossa nave, ou seja, sirvamos à Terra e vivamos em comunhão com seus habitantes, e não o contrário. Então, aumentem o salário dos servidores da UnB, que o RU volta a funcionar, e ficamos todos satisfeitos!

*Os maias foram uma civilização mesoamericana que desapareceu quase que completamente durante o auge de seu desenvolvimento, por volta de 900 d.C.




Obs.: Os cálculos do F-16 foram feitos por mim, e como possuo QI acima do normal, o resultado é seguro
Referências Bibliográficas
¹) http://www.cfh.ufsc.br/~pduarte/dadosterra.html
²) http://pt.wikipedia.org/wiki/F-16_Fighting_Falcon
³) http://pt.wikipedia.org/wiki/Sol
⁴) http://en.wikipedia.org/wiki/VY_Canis_Majoris
⁵) http://pt.wikipedia.org/wiki/Via_L%C3%A1ctea
⁶) http://pt.wikipedia.org/wiki/Terra
⁷) http://www.youtube.com/watch?v=djWOTn1Syes&feature=channel_video_title
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2 comentários:

  1. hehehe! esse almoço, por acaso, não foi comigo não né??

    não quero ser criticado nesse blogzinho!

    zoa!
    finalmente voltou a postar, ein! vamos ver se mantem o ritmo pra sempre agora, folgado...!

    e gostei do comentário final, acerca dos cálculos do F-16.

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  2. hehehe relaxa qe foi contigo nao. O comentario final eh zueira mas nao deixa de ser verdade ne

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